Palestrantes abordaram as falhas do decreto e especularam possíveis soluções para não haja retardamento do processo de migração.
No penúltimo dia do Congresso da SET, o tema rádio ganhou destaque. A sala 18 abrigou a palestra sobre a migração das emissoras de AM para FM e foi moderada por José Cappia (SET), a mesa de palestrantes foi composta por José Mauro Ávila (vice-líder do comitê técnico da AESP), André Cintra (SET), Raul (NextRadio) e Jovino Pereira (diretor de outorgas e serviços e comunicação da Secretária de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações).
Mesmo sendo moderador, Cappia abriu as apresentações destacando que 61,78% das emissoras que solicitaram canais para migração foram atendidos. Contudo, ele alerta para o grande problema que será manter as opções de captação do conteúdo de rádio pelo “ar”, devido a falta do dial para rádios de celulares e automóveis. “A tendência é de maior consumo do rádio pelo ar: carro e celular,” disse.
“Não podemos esperar o switch-off da TV. É preciso destinar canais justapostos para evitar interferências nos canais 5 e 6 do VHF e evitar que o desligamento seja retardado,” afirmou Cappia. Dessa forma, o executivo acredita que o maior desafio será elaborar um planejamento da canalização o mais breve possível.
Para Cintra, o processo da migração começou do avesso. “Deveríamos ter solicitado que cada emissora estabelecesse seu canal de desejo, porque existem rádios pequenas que não necessitam de potência muito grande, mas estão em uma classe elevada,” disse.
“Ainda há ajustes para serem feitos,” destaca Cintra no tocante à situação do Rio Grande do Sul em que os canais do Mercosul dificultam e limitam o número de canais do estado devido à fronteira com Argentina e Uruguai.
Ávila destaca o predomínio em uma mesma classe entre as rádios nacionais e paulistas. “Quase 50% das rádios paulistas e nacionais estão na classe C,” afirmou.
A 27ª edição do Congresso da SET acontece de 23 a 27 de agosto de 2015 no Expo Center Norte, em São Paulo.Este é o Congresso mais importante das áreas de engenharias e novas mídias da América Latina reunindo especialistas dos Estados Unidos, Japão, Europa e América Latina, para debater e analisar a situação atual e as principais tendências em produção, transmissão e distribuição e contribuição de TV. Na edição deste ano o foco passa pelo desligamento analógico da TV e os temas relacionados com esta transição.
Equipe Revista da SET/ProEx Unesp: Isaac Toledo e Fernando Moura, em São Paulo