Congresso NAB 2017: O futuro é agora

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Várias sessões na NAB estão discutindo o futuro da televisão – e o futuro não é tão distante assim. A pouco mais de quatro anos, vínhamos percebendo que o congresso e a feira apresentavam soluções para o broadcaster que optasse por também oferecer um conteúdo On demand, para a segunda tela e para os dispositivos móveis. Discutiam-se as mudanças no comportamento da audiência e a necessidade de políticas de comunicação atuais.

Tudo muito natural, quando pensamos em dois setores diretamente ligados à entrega de conteúdo. Mas, naquela ocasião, os dois setores caminhavam próximos, porém, ainda separados. De agora em diante, a união se consolida de uma vez e se torna impreterível tanto para o Broadcast quanto para o Broadband, entretanto, uma questão importante pende para o lado dos broadcasters: a alta qualidade de imagem e som do sistema 4K.

A sessão “Broadcating Beyond HD: Global Plans for Next Generation Television” discutiu o futuro da TV além do padrão Full HD. As demandas da sociedade não cessaram com a alta definição do padrão HD e continuam impondo grandes desafios para os executivos de televisão e telecom.

A sessão foi coordenada pelo FoBTV (Future of Broadcast Television), grupo que vem discutindo o futuro da televisão em todo o mundo, formado em 2011 por 11 instituições internacionais incluindo a NAB e a SET – Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão. No encontro deste ano, expositores da China e da Coréia do Sul apresentaram o “estado da arte” da televisão terrestre em cada país e indicaram as perspectivas de futuro.

Sammy Cho, da SBS/Korea, mostrou como ocorreu o processo de switch-off naquele país e o e apresentou o uso que fizeram do ATSC 3.0 antes mesmo da adoção nos Estados Unidos, que desenvolveu o novo padrão. Como perspectiva de futuro, Cho afirmou que a televisão coreana quer investir ainda mais na capacidade do UHD e na prestação de serviços. Em 2018, o pais será sede dos Jogos Olímpicos e espera consolidar a TV terrestre, comprovando que a confiabilidade do sistema e a penetração nos domicílios são os fatores preponderantes ao setor broadcaster na união com o sistema broadband.

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Lynn Lin, engenheira do Immersive Media, da China, começou sua fala chamando a atenção para as novas demandas dos usuários, como a maior imersão, a personalização e as experiências mais realistas na visualização do conteúdo. Lin também apresentou o road map do padrão UHD na China que prevê para 2020 a produção de 44 milhões de aparelhos capazes de receber o 4K. A china, hoje, é o país com maior penetração do 4K no mundo e conta com 54% da população sendo atendida neste formato. A CCTV irá lançar o 4K para teste a partir de julho de 2017. Lin acredita que, para o futuro, o 8K parece ser uma evolução natural, mesmo que para programas específicos como esportes ou artes, mas é algo que, em um futuro bem próximo, também será realidade na China.

Peter MacAvock, representante da DVB, iniciou sua apresentação chamando a atenção para os desafios que a indústria está enfrentando, principalmente no que diz respeito ao impacto da internet no consumo de televisão. Somente nos EUA, entre 2015 e 2018, o crescimento do consumo de TV foi de -2%, enquanto o consumo de  internet foi 15% maior. Na Europa, o cenário não é muito diferente. Por isso, na opinião de MacAvock , as TVs europeias precisam continuar inovando e apostando na TV Híbrida, sistema que agrega tanto o setor broadcaster quando o broadband. Alguns países da União Europeia já utilizam o HbbTV, padrão híbrido adotado por alguns broadcasters que tentam responder aos desafios da nova geração.

O que ficou claro na sessão é que o futuro da TV está cada vez mais ligado à Ultra Definição de imagem e à união do Broadcast com o sistema Broadband. Ficou evidente também que esta união será diferente em escala e aplicação de país para país, mesmo que os desafios sejam semelhantes em todos os mercados. O Brasil, certamente, será um destes países onde a aplicação destas características para o futuro da televisão terrestre ocorrerão de forma diferenciada e interessante de ser estudada.

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***Por Francisco Machado Filho (UNESP/Bauru) e Fernando Moura (Universidade Anhembi Morumbi) em Las Vegas.

Edição em São Paulo: Gabriel Cortez

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